Casa de Palmito: o resgate de uma parte da história de Barra Velha

11 de setembro de 2023

O único patrimônio histórico tombado de Barra Velha está prestes a ser devolvido à cidade. Construída na década de 40, a Casa de Palmito foi realocada do Costão dos Náufragos para a Praça Lauro Loyola e passou

por um no processo de restauro – que manteve sua base arquitetônica e uma de suas principais peculiaridades: as paredes intertravadas com troncos de palmito. Agora, a história barra-velhense continuará a ser contada.

O trabalho de reconstrução foi custeado pela empresa Barra 07 Empreendimentos, que adquiriu o terreno onde a casa tombada estava alocada. Em reunião com o Conselho Municipal do Patrimônio Cultura (Compac), a empresa concordou em custear o processo de realocação e reconstrução da estrutura. Externamente, segue idêntica. Internamente, os espaços foram 

readequados para que projetos de valorização e fomento da cultura e da história sejam desenvolvidos.

“Ela representa para Barra Velha uma parte histórica, um período histórico importante da nossa cidade. Passando por uma fase de crescimento bem intenso – estão aí os dados de IBGE que mostram que a cidade de Santa Catarina, a segunda cidade que mais cresceu, foi Barra Velha. Então, a gente percebe o quanto é importante preservar os patrimônios históricos, pois há todo esse processo civil, muito acelerado aqui em Barra Velha e Piçarras. Tem que ser pensado também na questão histórica, para não perder tudo. Já perdemos muita coisa e não podemos perder mais. Então por isso que é importante manter a Casa de Palmito”, dene o professor, historiador e presidente do Compac, Juliano Bernardes.

Para o ex-presidente do Compac, que presidia o conselho no momento dos diálogos com a construtora, Filipe Oliveira, “a recuperação da Casa de Palmito é vital para Barra Velha. Esta edicação, com suas paredes únicas feitas de troncos de Palmito – algo que a legislação atual proíbe devido à proteção ambiental – é um pedaço vivo da nossa história. A casa foi restaurada 100% pela iniciativa privada e possui quatro setores principais: um escritório no sótão, um auditório para 80 pessoas aos fundos, um amplo espaço para exposições culturais na frente e um hall de entrada moderno para exposições menores e diversos usos. Ao restaurá-la, não só estamos preservando um símbolo do nosso passado, mas também criando um espaço multifuncional para as futuras gerações aprenderem, se reunirem e se orgulharem. Como representante da CDL no Conselho de Patrimônio, vejo isso como um passo crucial para valorizar nossa cultura e história local”.

Ela foi edicada pelo casal Augusto Teodoro Wald Becker e Erna Bisewvski, que se conheceu na cidade e logo se uniu. “A Casa de Palmito pode ser considerada a primeira mansão de Barra Velha, a primeira casa de grande porte. Ela foi construída 1939 e 1943, em uma época em que havia só pequenas casas de pescadores lá naquela região. E, quando ela foi feita, chamava muita atenção dos moradores de Barra Velha, de quem visitava a cidade –pelo tamanho dela”, acrescenta Juliano.

O presidente da Fundação de Turismo, Cultura e Esporte (Fumtec), Pierre Costa, adianta que haverá uma curadoria para denir os itens que irão decorar xamente a Casa de Palmito, espaço que também será usado para exposições itinerantes. “É um espaço onde manteremos vivas as nossas raízes, a nossa história e essência. Nos próximos dias iremos denir as recordações que irão decorar a Casa do Palmito. Será a nossa casa de recordações”, assegura.

O espaço deve ser aberto ao público até nal deste ano. Porém, Juliano faz uma cobrança: a manutenção. “A recuperação foi feita pelos empresários, sem que a Prefeitura precisasse gastar um real. Mas, a manutenção será de responsabilidade. Será preciso mobiliar, garantir segurança, equipar toda ela...”.

CARACTERÍSTICAS ÚNICAS E UMA HISTÓRIA DE AMOR

O professor e historiador destaca as características da casa, edicada com troncos de palmitos extraídos da nativa mata barra-velhense. Ele também enaltece a história de amor vivida por Seu Wald e Dona Erna. Seu Wald faleceu em 1955. Dona Erna seguiu na residência até 2014, quando morreu, dias após a criação do Compac e edição da Lei que tombou a Casa de Palmito como patrimônio história.

“Sua história em Barra Velha, iniciou no hotel da família Krause, pois com a viuvez deixou Joinville e veio trabalhar no hotel de seus familiares. Aqui, conheceu o industrial catarinense, radicado no Paraná, Augusto Teodoro Wald Becker, que costumava veranear nas praias de Santa Catarina. Com Wald Becker, viveu uma rápida história de amor na Casa de Palmito, construída com troncos de palmitos extraídos das matas do município”, narra o historiador, que visitou Dona Erna no hospital para comunicar que seu desejo havia sido atendido.

Quanto à estrutura, Juliano explica que se trata de “uma casa de 250m2 que realmente chamava bastante atenção com uma técnica construtiva diferenciada, que é um sistema de encaixes com troncos de palmito – algo que até que naquela época era comum, mas que hoje em dia é algo raríssimo de ser encontrado”, frisa. “Podemos dizer que a Casa de Palmito hoje seria uma das únicas do Brasil com esse tipo de técnica construtiva e esse tipo de material. Inclusive a empresa especializada em patrimônio histórico, que é trabalhou ali na reconstrução dela, cou impressionada da forma como ela foi feita: sistema de encaixe da madeira, o uso de poucos pregos”.

HISTÓRIA QUASE FOI PERDIDA

Com o falecimento de Dona Erna – Seu Wald havia lhe dado o direito de usufruto até sua morte – iniciou-se uma discussão pela herança e o processo de tombamento quase foi revertido. Até que o imbróglio se resolveu, a casa cou abandonada e à sorte. “A importância que Barra Velha corria o risco de perder o seu único, seu primeiro e único imóvel tombado como patrimônio histórico, que estava prestes a ruir porque a situação dela estava bem complicada. Após a morte da dona Erna, 2014, a família, os herdeiros eles entraram na justiça pra destombar e a casa cou completamente abandonada. Então, foi tomada por moradores em situação de rua, havia marcas de fogueira dentro dela, já não tinha não tinha mais forro, mais piso...A gente estava realmente na eminência de perdê-la”, naliza Juliano.

Fonte: https://jornaljc.com.br/geral/2023/casa-de-palmito-o-resgate-de-uma-parte-da-historia-de-barra-velha/ 

 

Parque Linear: “Projeto fantástico e que vai levar mais qualidade de vida para o Itacolomi”

05 de setembro de 2023

O projeto do Parque Linear da Avenida José Temístocles de Macedo – que será idealizado entre à Rua Canto do Sol até o limite com município de Barra Velha, no bairro Itacolomi – foi detalhado pelo

prefeito de Balneário Piçarras, Tiago Baltt (MDB) em reunião com vereadores e secretários municipais nesta segunda-feira, 4. Orçada em R$ 15,2 milhões, o Governo Municipal realiza o processo de contratação da empresa executora no próximo dia 20.

“Reunião ampliada no gabinete com vereadores e secretários para apresentação do projeto completo da urbanização da Orla Norte. Projeto fantástico e que vai levar mais qualidade de vida para o Itacolomi”, deniu o gestor municipal sobre o conceito estrutural elaborado pela Secretaria de Planejamento. “Impulsionará o desenvolvimento econômico da cidade, criando novas oportunidades turísticas e fortalecendo nossa infraestrutura”, acrescentou.



O trecho da avenida beira-mar piçarrense será completamente renovado, com áreas destinadas a caminhadas, ciclovia, espaços pet, parques infantis, quiosques, paisagismo e uma área dedicada a eventos – fortalecendo a experiência frente ao oceano. As obras incluirão a execução de drenagem pluvial, pavimentação asfáltica e paver, instalação de postes de iluminação pública e a construção de decks em madeira ao longo de 1,2 quilômetro.

“Sempre fazemos cidades pensando nos carros, mas o ser humano tem que estar no topo da pirâmide. O projeto foi desenvolvido pensando nisso. Esse é um formato totalmente diferente do já implantando atualmente ao longo da orla. Estamos criando um Parque Linear, muito mais amplo, acessível e inclusivo, que favorece a utilização máxima do espaço frente mar – e não exclusivamente o atrativo natural do oceano. É um grande equipamento turístico”, enaltece o secretário de Planejamento, Rodrigo Morimoto, reforçando que o projeto possui o conceito de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (Dots).


O segundo trecho da orla Norte foi aberto no início de 2021.O local era coberto por mato e não permitia o acesso seguro a moradores e banhistas. Na sequência, a Prefeitura fez a terraplanagem dessa extensão, instalou iluminação pública e procedeu com a formulação do novo projeto de urbanização. O prefeito destacou que a largura da orla norte permitiu a criação de um projeto repleto de amenidades e melhorias.


O processo de licitação será deagrado no dia 20. O edital tem valor inicial de precisos R$ 15.253.238,98 – valor que provém do Fundo de Manutenção da Praia de Piçarras (Fumpra). O processo de seleção será na modalidade de concorrência. A construção deverá ser concluída dentro de um prazo de seis meses após a emissão da ordem de serviço.

Fonte: 

https://jornaljc.com.br/geral/2023/parque-linear-projeto-fantastico-e-que-vai-levar-mais-qualidade-de-vida-para-o-itacolomi/ 

https://jornaljc.com.br/geral/2023/parque-linear-projeto-fantastico-e-que-vai-levar-mais-qualidade-de-vida-para-o-itacolomi/

Parlamento inicia análise da revisão do Código de Obras e Edificações de Balneário Piçarras

01 de setembro de 2023

E stá na Câmara de Vereadores de Balneário Piçarras, o projeto de lei complementar que busca validar a revisão do complexo Código de Obras e Edicações do município – produzida pelo Conselho da Cidade

de Balneário Piçarras (Concidade) e recentemente revelada em audiência pública. A técnica temática deve motivar o parlamento a buscar assessoria adicional, uma vez que incide diretamente nas questões de um dos setores que mais cresce na cidade: a construção civil.

“O objetivo da nova legislação pretende simplicar a leitura e interpretação dos parâmetros edilícios, bem como ajustar pontos em desacordo com a legislação federal e estadual, além de atender as demandas apresentadas pela sociedade civil. A presente proposta do Projeto de Lei tomou como referência o Guia Orientativo de Boas Práticas para Códigos de Obras e Edicações elaborado pelo Governo Federal, visando a sua modernização legal e melhoria do processo de licenciamento de obras através da redução de burocracia, correção de sobreposição de competências e digitalização dos processos administrativos para o Licenciamento de Obras”, narra o prefeito Tiago Baltt (MDB) na mensagem explicativa anexa ao projeto.

A primeira leitura do projeto ocorreu na sessão ordinária do último dia 29. O documento agora está sob análise das comissões. Ainda não há um prazo ocial para a primeira votação da proposta.

A reportagem pediu a análise do documento a um prossional da área. Ele pontuou que o documento cou técnico para as obras na cidade, em especial questões de scalização e habite-se, pontuando como positivo o habite-se parcial. Porém deixou lacunas em tabelas construtivas – além de trazer ortograa de difícil compreensão e que poderá gerar diferentes interpretações. Frisou ainda que em diversos artigos deveriam ser consultados os órgãos competentes como Corpo de Bombeiros, Casan e Celesc – para evitar divergências de normativas técnicas ou infringir a competência de atuações desses órgãos.

Ele fez mais de 40 apontamentos, que na sua visão, precisarão de atenção especial dos parlamentares, pois, entende que o código é de suma importância para o bom andamento das obras na cidade, e não pode ser engessado. Também destaca como ponto a ser discutido, a supressão da tabela das vagas de estacionamento, e a ausência de outro balizador sobre o tema, “A retirada das vagas mínimas pode ter um efeito negativo para a mobilidade, pois, o turista normalmente vem de carro para cidade, e vai deixá-los aonde, nas ruas?”

O Código de Obras existe desde 2000, sendo a primeira legislação do município que tratou sobre obras, e teve sua primeira atualização em 2009, e agora, catorze anos depois, tem sua segunda atualização. Morimoto vê que “a cidade ela mudou e o Código de Obras cou estagnado. Processos administrativos de aprovação de projeto também. Nós precisamos modernizar. Então, hoje as tecnologias construtivas, a forma de se projetar, a forma de se morar hoje é diferente de dez anos atrás. Então, a legislação do Código de Ordens ela deve acompanhar”, opina.

O Código de Obras e Edicações Municipal é o instrumento legal que estabelece diretrizes para a execução das diferentes tipologias de obras e construções, observando as características, condicionantes e restrições, denindo os responsáveis e os procedimentos de aprovação de projetos e a emissão de licenças para realização de obras; os parâmetros para scalização; bem como a aplicação de penalidades a quem descumprir suas determinações.

Proposta permite projetos sem vagas de garagem

Pelo projeto, ca restrito o uso de bate-estacas nas obras e será revogada a exigência de vagas mínimas de estacionamento de veículos nos projetos de novas edicações – de qualquer tipologia. Para o secretário de Planejamento e presidente do Concidade, Rodrigo Morimoto, a revogação da necessidade de vagas de estacionamento é a proposta mais impactante da revisão. Ela arma que essa mudança busca adequar o Código ao Plano Municipal de Mobilidade Urbana e Plano Diretor.

“Essa seria a mudança de maior impacto nessa atualização. O Plano de Mobilidade Urbana ele diz uma coisa, a estratégia de mobilidade urbana do Plano Diretor diz a mesma coisa. Aí, o Código de Obras vem: é obrigatório ter vaga de garagem. O que dizem esses dois documentos? Seguindo a Política Nacional de Mobilidade Urbana – que daí ela vai ser melhor detalhada na política municipal – que no topo da pirâmide tem que estar o pedestre, abaixo dele o ciclista, transporte coletivo, veículos compartilhados (táxi, Uber ou compartilhamento de veículos particulares) e por último o veículo particular. A partir do momento em que nós começamos a obrigar que os empreendimentos tenham vaga de estacionamento, a gente está fomentando o quê? O uso do carro”, avalia o secretário.

A partir da revogação, o Concidade atribui ao empreender a responsabilidade de avaliar os prós e contras de oferecer as vagas. “É óbvio que tem empreendimentos que o construtor não colocar vaga de garagem ele não vai conseguir vender o apartamento. Mas existem outros tipos de moradia que por causa de duas vagas não foi possível viabilizar o empreendimento e aquela pessoa que queria comprar um apartamento sem vaga não vai poder ter acesso [...] Então, o que que a gente está fazendo? Não é o estado que vai regulamentar o que tem que ser a vaga. Isso é o mercado que vai selecionar. É a iniciativa privada”, completa Morimoto.

Pra a execução das fundações utilizando o uso de equipamentos de estaqueamento do tipo bate-estaca, deverá ser solicitada prévia autorização junto à municipalidade para o seu uso. “O processo administrativo para a emissão da autorização de bate-estaca, bem como seus prazos, será prevista em regulamentação própria a ser emitida pelo Poder Executivo, nos termos do inciso II, do Art. 355, da Lei Complementar Municipal No 163/2019”, frisa o projeto.

Fonte: https://jornaljc.com.br/politica/2023/parlamento-inicia-analise-da-revisao-do-codigo-de-obras-e-edificacoes-de-balneario-picarras/